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“Deve ser engano”, pensamos. São oito da noite na Rua do Sol ao Rato, em Campo de Ourique, onde supostamente abriu um bar novo, o Badassery. Só que estamos à porta de uma retrosaria. Lá dentro, está uma senhora sentada, na casa dos 70 anos. Confirma-se a morada no Instagram: “Rua do Sol ao Rato, 71”. É mesmo aqui? “Não pode ser.” Sem que ninguém toque à campainha, a porta abre-se. “Quantas pessoas”, pergunta a jovem septuagenária. “Três”, respondemos, confusos. “Têm reserva?” Não… Ela olha para a folha à sua frente, faz contas de cabeça, e confirma: “Podem entrar”.
Afastamos uma cortina de pano branca e estamos num sítio completamente diferente. A luz não é demasiada, o espaço é limitado o suficiente para ser acolhedor – sem ser pequeno. Há mesas e um balcão com bancos dos dois lados, mais alguns lugares junto ao bar. Vemos caras amigas: conhecemos a chefe de sala de um bar onde trabalhou na Graça, e uma das raparigas que vem trazer o menu de outro sítio; mesmo ao lado está sentada uma jornalista que passou pela Time Out; uns metros à frente está um músico quase famoso.
A carta, por agora, é breve. Numa folha, há quatro dumplings, disponíveis em doses de três ou de nove; um bao; uma salada; e um aviso: “Vêm mais receitas a caminho, estamos a trabalho nisso”. Na outra página, encontram-se oito cocktails de autor, um par de mocktails, vinhos, água com gás e cerveja Cuca, angolana. Uma empregada diferente daquela que deixou as ementas na mesa traz três copos, enche-os de água. “Já sabem o que vão pedir? Os cocktails são feitos no nosso laboratório do primeiro andar.” Não está a mentir.
“O laboratório no primeiro andar é o espaço mais criativo da Badassery. É uma sala encarnada onde testamos e inventamos novos processos focados na economia circular e no desperdício zero. É aqui que o nosso alquimista Pablo Straubel faz a sua magia”, descreve Tordj, um dos responsáveis pelo Badassery. “Trabalhamos apenas com produtos de qualidade e investimos muitos recursos e tempo no conhecimento e na criatividade. Além de toda a parte criativa, o laboratório permite-nos medir e controlar a qualidade e a consistência de cada etapa da produção do cocktail. Controlamos tudo de A a Z.”
Entretanto, chegam os ditos cocktails. Óptimo, o Badassery (13€), apenas mezcal e goiaba, o doce açucarado da fruta e o intenso sabor a fumo do destilado mexicano num casamento apaixonado e tempestuoso, porém feliz. Mais complexo, todavia menos divisivo, o Triple Niple (11€), com tequila, reposado, manga, pimentão e limão curado. Intrigante, o Don’t Mary Me (10€), com tomate, framboesa, pêssego, miso e katsuobushi (flocos de atum gaiado fermentados). Não é o único cocktail com ingredientes usados na cozinha asiática.
O que nos leva de volta aos dim sum, que entretanto chegam à mesa, “a comida perfeita para partilhar”, segundo o nosso interlocutor. “São feitos à mão, respeitando as mais tradicionais receitas chinesas, e são deliciosos.” Garante que continuam “a pesquisar e desenvolver novas opções que entrarão no menu nas próximas semanas”, como promete o menu. “Todas as coisas boas levam tempo, e nós somos pacientes”, explica. Os dumplings de vaca e cogumelo não desiludem. Fica-se com vontade de provar mais dim sums. Da próxima vez.
É hora de ir para casa. Despedimo-nos da senhora que continua sentada à porta, a receber os clientes. Ainda estamos a pensar na Cuca. Porque raio servem eles cerveja angolana? “A primeira discoteca africana do país foi aqui, neste espaço – esteve em funcionamento durante 40 anos. Teve vários nomes, mas o mais recente foi En’Clave”, conta Tordj. “Ao nível musical, foi uma instituição e uma ponte cultural e artística enorme entre o continente africano e Portugal. A escolha da cerveja Cuca é uma homenagem a esta história.”
Rua do Sol Ao Rato, 71 (Lisboa). Qua-Sáb 19.00-02.00
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