Certo dia, à mesa, um chef brasileiro e um foodie português falavam sobre gambas. O foodie comentava que, em Lisboa, só as comia em dois ou três sítios da sua confiança. O chef respondeu-lhe, garantindo que é capaz de preparar umas gambas divinais. Provas dadas, fizeram nascer o Gambar, o novo restaurante do Cais do Sodré dedicado às gambas e também ao polvo, onde se come em ambiente descontraído e intimista.
“Nós queremos que quando se fala de gambas sejam as nossas gambas, e que quando se fala de polvo seja o nosso polvo”, afirma Tiago Drummond, um dos sócios do restaurante. O chef executivo Dimas Cavallo, a outra metade do Gambar, partilha do mesmo desejo. “Quero que o nosso restaurante seja a referência de gambas em Portugal. Porque o que nós fazemos aqui é invulgar. É um método de confecção diferente, as receitas misturam influências de diversos países”, garante. E acrescenta: “o Gambar é como um verbo. Vamos gambar hoje? Gambamos?”.
Assim, no menu criado por Dimas, mas confeccionado com a ajuda de outra chef, Joana Forte, há opções mais tradicionais e outras mais ousadas. O objectivo é partilhar e experimentar vários pratos. Entre os favoritos estão o arroz de polvo, uma interpretação do chef da receita clássica (19€); o pastel de gambas, uma adaptação do pastel de bacalhau (15€); as gambas escondidas, para os apreciadores de Queijo da Serra (16€); as gambas Gambar, com travo a manteiga e limão (14€); e as gambas exóticas, com molho de tomate, amendoins, leite de coco e malagueta (14€).
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A preocupação com a sustentabilidade é uma das bandeiras do projecto: não se vê plástico e as doses são pensadas para evitar o desperdício. Também é utilizado carvão biológico, que além de ser mais ecológico é também mais saudável, com menos toxinas e fumo.
Para já, o Gambar só serve jantares, mas os almoços devem arrancar em breve, com um menu executivo. A ideia é que o almoço seja mais leve e mais rápido, para as pessoas que trabalham nas redondezas, e que ao jantar o Gambar seja um bistro. “Ao almoço vamos ter uns pratos mais ligeiros, uma coisa mais executiva. Mas das 19.00 às 23.00 somos bistro, com guardanapos e toalhas de pano e vinhos maravilhosos [uma parceria com o Monte da Ravasqueira] que temos aqui”, explica o chef. Para acompanhar a refeição há ainda cervejas da Musa.
Ora, se é um restaurante e também um bistro, também pode ser um bar. Bebendo do espírito festivo do Cais do Sodré, às quintas, sextas e sábados por volta das 23.30, “levanta-se tudo, as luzes começam a piscar coloridas, a música vai lá em cima e isto vira um bar do Cais do Sodré”, descreve Dimas. “Dentro do espírito de bar queremos ter noites temáticas. Vamos ter música ao vivo, DJs..”, continua Tiago. O cocktail da casa, feito com gin e puré de morango (10€), é um bom chamariz.
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E se dúvidas houvesse de que é um espaço dedicado às gambas e ao polvo, além das várias sugestões na carta, as duas proteínas também fazem parte da decoração, com peças em cerâmica do artista Pedro Versteeg a enfeitarem as paredes. Foi também ele o responsável por dois murais coloridos, que fazem uma homenagem ao Cais do Sodré. ”Em vez de se fazer aquilo que normalmente se faz nos restaurantes, que é uma galeria, queríamos um artista que visse o Cais do Sodré pelo que o Cais do Sodré é. Então chegámos ao Pedro Versteeg que tem sido o nosso artista residente”, conta Tiago.
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Esta é a segunda proeza do foodie português e do chef brasileiro, que também são sócios da hamburgueria Blue Jeans, em Paço de Arcos. Em Janeiro, partem para mais uma aventura com a inauguração de um outro espaço — um american bar. Até lá, gambamos.
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