No interior do movimentado Time Out Market, em Lisboa, o chef Pedro Almeida ajeita a montra do seu quiosque enquanto espera a visita dos primeiros clientes do dia. É ele que está ao comando da cozinha do Selo de Mar, um projecto sustentável do restaurante Can The Can, enquanto o responsável, Victor Vicente, se ocupa com outras tarefas.
A missão é clara: valorizar peixes considerados menores, evitar o desperdício e promover espécies do nosso mar. Assim, o peixe é bem português, do mar de Setúbal e dos Açores, e é depois tratado com técnicas de conservação antigas, com a ajuda de equipamentos modernos. Tudo (ou quase tudo) se aproveita.
Mariana Valle Lima
“Os japoneses, por exemplo, são muito focados no atum bluefin, que não está em risco de extinção, mas tem uma captura diferente à que deveria ter. Nós utilizamos espécies de atum (como o gaiado) que não têm problemas dessa natureza e que têm uma qualidade absolutamente incrível, mas por vezes são preteridos injustamente”, explica Victor. Pedro concorda e assegura que “todas as espécies têm o seu potencial”, sendo apenas preciso saber como tratá-las. Actualmente, no Selo de Mar, além do atum, é trabalhado o espadarte, o lírio, o polvo, a sardinha, as ovas de bacalhau ou o cherne.
Mariana Valle Lima
“Através das técnicas de cura, de maturação e de desidratação conseguimos acrescentar valor ao produto e transformá-lo”, detalha o chef. É a partir deste trabalho que nascem os pratos apresentados no quiosque, como o tártaro (11€) e o pastrami (9€) de atum, o bagel de espadarte (10€) o taco de polvo (8€), ou o pudim de gema, com muxama de atum (4,50€); mas também alguns produtos para levar para casa, como o enchido de sangacho de atum e barriga de porco preto (14€) ou a barriga de lírio (14€).
Mariana Valle Lima
Os enchidos foram a forma que o Selo de Mar arranjou para aproveitar partes do animal que geralmente não são consideradas, como os estômagos. “Quando olhamos para um peixe, olhamos por inteiro. Não olhamos para o lombo só. Cada parte tem um potencial diferente e pode ser usado para coisas diferentes. Este projecto mostra às pessoas que é possível consumir um peixe inteiro”, afirma Pedro.
Mariana Valle Lima
O garum, o famoso molho de peixe dos romanos, é o ex-libris da casa e também pode ser comprado no quiosque (15€-25€). “É perfeito porque fecha este ciclo da sustentabilidade. Estavam a sobrar-nos as espinhas e as peles e agora já não. Agora conseguimos aproveitar tudo”, orgulha-se o chef. Trata-se de um intensificador de sabor e serve para temperar vários pratos, como tártaros, saladas ou caldeiradas.
Ainda é cedo para apontar os próximos passos do Selo de Mar, mas Victor acredita que a chegada ao Time Out Market “é uma oportunidade de chegar a um público internacional mais alargado e tornar a marca conhecida e mais visível”, remata Victor.
Brinquedos sexuais, acessórios ou ilustrações: é apenas parte do que vai estar no XXXmas, um mercado erótico e queer que ocupa número 70 da Rua Regueirão dos Anjos, em Lisboa, durante os dias 11 e 12 de Dezembro, das 12.00 às 20.00. O evento "relaxado, sexpositive, transfeminista" já aconteceu em 2020 e está de volta, desta vez ocupando o piso superior do espaço. A entrada é livre, mas limitada a maiores de 18 anos. […]
Em Barcarena, no fim de uma estrada sinuosa e isolado de tudo o resto, encontramos uma locomotiva do início do século XX restaurada e pintada, que nos leva à entrada dos Nirvana Studios. Sob um pórtico, que é também uma instalação artística com partes de bicicletas usadas, entramos no que […]
Sofia Tillo é um peixe dentro de água – por ter passado os últimos sete meses a planear a abertura deste espaço, mas sobretudo por ser uma coleccionadora inveterada desde que recebeu o primeiro salário. A Pink Dolphin é agora o seu maior cartão de visita, uma montra de um […]