Já diz o ditado popular que quando se zangam as comadres, descobrem-se as verdades, mas não parece ser esse o caso das amigas de longa data Melissa Domingues e Meguy Pereira. Do que sabemos, não se chatearam, antes pelo contrário: uniram-se e juntas criaram um restaurante que é muito mais do que isso e onde se esconde um ou outro segredo.
Gabriell Vieira
Mas antes de os revelarmos, vamos às apresentações. Melissa é quem nos recebe, enquanto a sua comadre (que não é família, como outras comadres, mas é como se fosse) está na cozinha, a preparar o jantar. “Conhecemo-nos desde que temos cinco anos. Nascemos em França, os nossos pais são portugueses. A Meguy voltou quando tinha 18 anos, para estudar, e trabalhou sempre na restauração. Eu, em Paris, trabalhava nas artes e depois fui para Berlim trabalhar na música. Só voltei há pouco tempo”, conta a gerente, Melissa.
Gabriell Vieira
“Comadre é uma palavra antiga portuguesa. Pensamos que é forte, de uma mulher forte, e como somos duas mulheres a abrir um restaurante, tem um poder, é uma palavra poderosa”, justifica a responsável. E é da força feminina que nasce um restaurante cheio de personalidade, que na sua estética alia o vintage e o esotérico — o passado e o futuro.
Gabriell Vieira
Ali cabem cerca de 100 pessoas, o que ninguém diria à primeira vista. É que depois de passar um pátio com algumas mesas, onde em breve começarão a servir refeições, e um espaço que, por agora, se assemelha a uma mercearia, com uma vitrine e uma balança das antigas, está um armário com um espelho que esconde uma passagem para um mundo novo, relembrando-nos o universo de Nárnia.
Gabriell Vieira
Ao abrir esta porta misteriosa, somos surpreendidos com uma sala ampla ao estilo de um pub de Berlim, com paredes rústicas e mobília em segunda mão, como cadeiras de cinema antigas, assentos em veludo verde e terracota, mesas em mármore e em madeira de diferentes tamanhos e feitios. Tudo escolhido a dedo pelas comadres. “Somos muito manuais, adoramos fazer decoração”, diz Melissa. Há ainda plantas a ornamentar o espaço e a zona de bar, onde se preparam cocktails coloridos. É nesta sala que se servem a maioria das refeições, mas os segredos do Comadre não acabam aqui.
Gabriell Vieira
Se descermos uns degraus, ao lado de uma parede embelezada com molduras que juntam retratos religiosos e insólitos, damos de caras com um gabinete de curiosidades onde é possível sentar para um copo. A decorá-lo, pedras e cristais. “Gostamos de tudo o que é esotérico, do universo. Por isso o nosso cartão de visita é uma carta de tarot”, explica a gerente.
Gabriell Vieira
Este piso inferior assenta também nos jeitos particulares de Wes Anderson, com duas salas mais privadas, decoradas ao estilo do cineasta, e que se destinam a receber grupos de até 10 pessoas: a pink room e a green room. “Aqui é mais para beber uns copos e também dá para eventos privados. É possível alugar o espaço todo”, informa Melissa.
Gabriell Vieira
Idealizado por Melissa e Meguy, aqui ficava antes uma casa de fados, mesmo ao lado do antigo Elefante Branco, mas nada dela se mantém. “Era muito escuro, tinha uma decoração muito fechada. Nós imaginamos tudo o que está aqui. Nós é que fizemos a decoração, também pusemos o papel de parede, pintámos, fizemos muita coisa na obra”, revela.
A estética é um dos motivos para visitar o Comadre, mas também os comes e bebes. Na ementa, dividida em capítulos, como se de um livro se tratasse, estão pratos para partilhar. É a chef Meguy quem os prepara e inspira-se na cozinha mediterrânea, com influências italianas, portuguesas, francesas e também do Médio Oriente. “Temos uma cozinha a que chamamos de mercado, que assenta no produto, que é sazonal. Trabalhamos com produtores locais”, garante Melissa.
Gabriell Vieira
Na carta há o prato francês pink oeuf mimosa, ovos com maionese rosa (4,50€); o suppli al telefono (4€) que é uma espécie de croquete italiano recheado com mozzarella; os nuggets de bacalhau com maionese rosa (12€); e o falafel (11€) com pão turco caseiro e molhos da época.
Gabriell Vieira
Na lista das bebidas, além de vinhos naturais e cerveja artesanal A.M.O., há uma atenção aos cocktails, entre eles o vodka mate (9€), o gin basil (8€) e o thyme gimlet (8,5€).
Gabriell Vieira
Para já, o Comadre abre apenas para jantares, mas as cartas de tarot revelam planos para o futuro. “Em 2022 vamos abrir a parte da Feitoria e também queremos fazer brunch ao fim-de-semana e abrir para o almoço”, informa Melissa. É na sala que mencionámos em cima, que em tudo nos faz lembrar uma mercearia antiga, que ficará este Feitoria, um espaço dedicado unicamente ao take-away. “Em Portugal não há palavra portuguesa para dizer traiteur, em francês. Achámos que Feitoria ficava bem com o conceito de take-away, porque são coisas já feitas”, explica.
Luciano Cordeiro 81C (Marquês de Pombal). Ter-Sáb 19.00-1.00.
El diálogo con Télam, la legisladora colombiana Victoria Sandino, que encabezó la subcomisión de Género en las negociaciones de La Habana, expresó su "esperanza de que llegue un nuevo gobierno" que se comprometa con "una paz completa".
Nasceu em 2010, na galeria lateral do CCB a primeira Hangar, uma loja de referência no design de interiores, com objectos decorativos de marcas nacionais e internacionais. Para além de uma variada selecção de mobiliário, têxteis e iluminação, a Hangar também se dedica a projectos de decoração e arquitetura de interiores. […]