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As celebrações dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974, em Almada, não se encontram circunscritas a um mês e contaminam outras propostas culturais do município. É o caso do histórico Festival de Música dos Capuchos, fundado em 1980 por José Adelino Tacanho e António Wagner Diniz e retomado, após uma longa ausência, em 2021, sob a direcção do pianista Filipe Pinto-Ribeiro.
O concerto de abertura da quarta edição desta segunda vida do festival está marcado para 29 de Maio, no Convento dos Capuchos. O programa, que junta as Sinfonias n.º 5 e n.º 8 de Beethoven, vai ser interpretado pela Orchestre Consuelo parisiense, dirigida por Victor Julien-Laferrière. Segue-se, no fim do mês, uma homenagem a António Mega Ferreira, em que Filipe Pinto-Ribeiro toca Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, enquanto Filipa Leal e Pedro Lamares lêem textos do autor.
Já no sábado, 1 de Junho, há um recital de piano de Elisabeth Leonskaja, que vai tocar peças de Mozart, Webern, Schubert e Beethoven. E pelas 18.00 domingo, 2, o festival muda-se do Convento dos Capuchos para o Teatro Municipal Joaquim Benite, onde o maestro Martim Sousa Tavares vai voltar a dirigir a ópera Na Colónia Penal, de Philip Glass, a partir do conto homónimo de Franz Kafka. Com encenação de Miguel Loureiro e movimento de Miguel Pereira.
Só volta a ouvir-se música no Convento dos Capuchos às 21.00 de sexta-feira, 7, quando o Paganini Ensemble interpretar peças do autor que lhe dá o nome. Já no sábado, 8, pelas 18.00, o ensemble renascentista Arte Minima toca obras de Pedro de Cristo, Diego Ortiz, Hernando de Cabezón, Jacques Buus, Francisco de Santa Maria. E a violinista Elsa de Lacerda e o pianista Nathanaël Gouin interpretam “Grândola e outras canções revolucionárias”, a partir das 21.00. No dia seguinte, Filipe Pinto-Ribeiro e o Juventus Ensemble tocam peças para trio e quinteto de Shostakovich.
Depois de uma nova paragem, a programação é retomada na sexta-feira, 14, pelo Fado Jazz Ensemble do pianista Júlio Resende, com Bruno Chaveiro na guitarra portuguesa, André Rosinha no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria. Os quatro vão revisitar o repertório do álbum Filhos da Revolução, do ano passado, no Auditório Fernando Lopes-Graça. De volta ao Convento dos Capuchos, no sábado, 15, o jovem pianista ucraniano Roman Fediurko toca um recital de Chopin.
No encerramento oficial do festival, pelas 18.00 de domingo, 16, no Teatro Municipal Joaquim Benite, a orquestra de câmara Metamorphosen de Berlim, dirigida por Wolfgang Emanuel Schmidt, vai tocar a Serenata op. 20, de Elgar, o Concerto para violoncelo e orquestra n.º 1, de Haydn, e a Serenata op. 48, de Tchaikovsky. Há depois um poslúdio, a 21 de Junho, no Convento dos Capuchos, com Filipe Pinto-Ribeiro e o seu Shostakovich Ensemble a estrearem uma nova obra de Andreia Pinto Correia, dedicada a Natália Correia e ao 25 de Abril. O programa inclui ainda obras de Beethoven e Schubert.
Não se ouve só música no chamado Festival de Música dos Capuchos. Entre 1 e 15 de Junho, pelas 18.00, regressam também as Conversas dos Capuchos, com curadoria e moderação de Carlos Vaz Marques. A primeira tem como convidados Nuno Amado e José Gardeazabal e assinala o centenário da morte de Franz Kafka. A segunda, a 8 de Junho, com Carlos Seabra Pereira e Maria Bochichio, comemora o quinto centenário de Luís Vaz de Camões. E a última, a 15, é dedicada ao poeta local Sebastião da Gama, nascido há 100 anos. Falam Viriato Soromenho-Marques e Alberto Manguel.
Outro destaque da programação paralela são os chamados Prelúdios dos Capuchos, com moderação do director da Antena 2, João Almeida, que pretendem aproximar o público da música erudita. O primeiro prelúdio “sobre ideias de liberdade ao longo da história da música” tem lugar às 18.00 de quarta-feira, 29, no Teatro Municipal Joaquim Benite. Filipe Pinto-Ribeiro, o director artístico do festival, é o convidado. No domingo, 2, há uma conversa “sobre a ópera Na Colónia Penal”, com Miguel Loureiro, às 16.00, no mesmo local. Por fim, a 8, no Convento dos Capuchos, Elsa de Lacerda e Pedro Sousa Silva falam com João Almeida sobre “sobre a liberdade de recompor”.
Há ainda uma visita guiada pelo historiador Rui Mendes ao Convento dos Capuchos, com duração de uma hora e início marcado para as 16.00 de domingo, 9 de Junho. E uma caminhada de duas horas pela Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, onde se encontra o convento, no sábado, 15, a partir das 10.00. A participação nestas actividades é gratuita, mas requer inscrição prévia através do e-mail info@festivalcapuchos.com.
Vários locais em Almada. 29 Mai-21 Jun. 10-17€.
+ Vai escutar-se música barroca nas igrejas de Lisboa até ao fim do mês
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