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Time Out Media pára em dia de greve de jornalistas

todaymarzo 14, 2024 1

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Time Out Media pára em dia de greve de jornalistas

Quinta-feira, 14 de Março de 2024. A data é importante. Pela primeira vez em mais de 40 anos, há uma greve geral de jornalistas. Percebe-se porquê: o jornalismo e as empresas de media que o sustentam sentem um aperto existencial. Apesar dos constantes diagnósticos de profunda crise no sector e do reconhecimento transversal de que esta é uma actividade central à vida democrática, ao seu escrutínio e à sua pluralidade, ninguém no poder político parece verdadeiramente sobressaltado ou investido em tentar resolver o problema. Sobram as manifestações de preocupação com títulos específicos, em períodos ainda mais dramáticos, mas escasseia a determinação para testar soluções.

O protesto ficou definido no 5.º Congresso de Jornalistas, em Janeiro, e a redacção da Time Out não poderia deixar de se associar a ele. Em consequência, a direcção editorial da revista decidiu parar completamente a produção noticiosa em Lisboa e no Porto, esta quinta-feira. Dado o carácter estrutural da crise que está na origem desta greve geral, e do estado de emergência permanente em que os media operam há longos anos, a administração da Time Out Portugal solidarizou-se com os jornalistas da empresa e decidiu que os restantes funcionários afectos a produtos informativos também vão parar – do design ao departamento financeiro e ao de publicidade. O jornalismo é uma actividade colectiva. E todos os trabalhadores dos media, jornalistas ou não, são afectados por esta agonia.

Nas suas diversas vozes e materializações, generalistas ou especializadas, o jornalismo precisa de leitores exigentes e comprometidos, e de anunciantes conscientes (a fuga da publicidade para outros negócios não é uma fatalidade, é uma opção). No entanto, tal como acontece com outras actividades e sectores considerados estratégicos ou de interesse nacional, o jornalismo exige sobretudo políticas públicas consentâneas com a importância que tem para o país. As opiniões divergem sobre o que se deve fazer e como. É natural. Mas é urgente procurar consensos e agir. Antes que sejamos engolidos pela inércia. Porque o jornalismo não irá sozinho.

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